Um dos fatos mais discutidos sobre o julgamento de
Jesus é a traição de Judas seguida da negação de um de Seus discípulos mais
amados: Pedro. O mesmo que foi constituído pelo próprio Senhor como a base da
Sua Igreja. Mas há na narrativa evangélica um fato curioso que parece ficar
sobreposto essa atitude de covardia de ambos. Judas traiu o Mestre por motivos
mesquinhos e por remorsos tirou a própria vida, por não se apropriar do que ele
mesmo teve a oportunidade de experimentar convivendo com Jesus: a força do amor
e do perdão. Pedro também foi covarde ao negar Aquele a quem jurou amor total,
mas nele percebemos uma atitude diferente e que nos aproxima de Jesus, sabendo
de nossas fraquezas. A atitude de negação de Pedro foi a alavanca de sua edificação,
justamente porque ele, tendo o mesmo sentimento de remorso que Judas, fez de
sua má escolha um motivo de transformação em sua vida. E isso começa na decisão
de seguir Jesus sendo levado ao sumo sacerdote Caifás. Antes, ao vê-Lo
condenado por admitir ser o próprio Deus, todos os discípulos fugiram. Menos
Pedro. Se ele, em uma atitude covarde para salvar a própria vida, negou Jesus
três vezes antes que o galo cantasse, como o próprio Jesus havia predito,
paradoxalmente, em uma atitude corajosa, entrou no pátio do sumo sacerdote e
assentou-se entre seus criados. Se Pedro, com sua boca negou Seu Mestre, com
sua atitude contraditória confirmou que O seguiria como havia afirmado, pois a
própria fala típica dos galileus, reconhecida pelos demais o entregaria, além
de ter sido visto com Ele por tantas pessoas. E quando o galo cantou pela
terceira vez Pedro se lembrou, e então saiu e chorou com sinceridade de
coração. Mas é nesse episódio que percebemos a sinceridade de Pedro, a despeito
de sua fraqueza e entendemos porque Jesus confiou a ele a importante missão de
liderar Sua Igreja. Pedro reconheceu seu erro e mesmo enquanto errava não
desistiu de seguir Jesus. Isso nos ensina que qualquer um pode cair, até mesmo
os mais próximos de Jesus, mas a nossa queda não pode ser a última coisa de nossa
vida, como foi para Judas, pois o arrependimento está disponível para todos. Devemos
nos lembrar de não há pecado que a graça de Deus não possa perdoar.
Lembremo-nos de que a noite em que Pedro traiu Jesus foi também a noite da sua vitória
e da sua redenção. Lembremo-nos do que nos ensina o salmista
Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus. Salmos 51:17
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