Um dos grandes
dilemas do cristão, em especial do novo convertido, é compreender que a
conversão não nos blinda dos problemas. E isso não pode ser razão para duvidar
das promessas de Deus de que estará do lado daqueles que O seguem. Os cristãos não
estão imunes ao sofrimento, a diferença é a forma como lidamos com ele. Os questionamentos
feitos pelos amigos de Jó, quando o viram em sofrimento nos servem como reflexão
sobre as circunstâncias que nos colocam à prova. Não podemos atribuir o mal que
nos sobrevém ao cometimento de algum pecado como fizeram o “Amigos de Jó”. Se analisarmos toda a história de Jó, veremos
que os discursos dos seus amigos demonstram claramente que a teoria que eles
tinham sobre o sofrimento estava equivocada. O texto em epígrafe demonstra
claramente que eles acreditavam que as pessoas boas prosperam e os maus sofrem;
portanto, o sofrimento é o resultado de algum pecado secreto. É certo que há
sofrimentos que têm origem no pecado de uma pessoa, mas sabemos que Jó era
inocente, portanto essa teoria não se aplica a todos os casos. Saiba que nem
tudo de errado que possa estar acontecendo em sua vida é resultado de algum
pecado que você cometeu. Não nos compete encontrar a causa dos sofrimentos de
uma pessoa. Deus reserva tais conhecimentos para si mesmo. A lição que Deus
espera que aprendamos é que não devemos agir como os amigos de Jó, quando nos depararmos
com o sofrimento alheio. Deus é misericordioso e compassivo e como tal devemos
agir. Diante de um momento de dor, o que mais a pessoa precisa é ouvir uma
palavra de conforto, um conselho sensato, um abraço amigo, uma mão estendida
para ajudar ou, um ouvido atento para o desabafo. A compaixão e a solidariedade
é o remédio muitas vezes difícil de encontrar nesse mundo em que muitas pessoas
preferem se colocar na posição de “amigos de Jó“. Mas nesse momento o
sofrimento serve para nos mostrar a qualidade das pessoas que nos rodeiam, e
separar quem são os verdadeiros amigos daqueles que preferem apontar o dedo,
julgar e condenar, em vez ajudar, acolher, solidarizar, como nos exorta o apóstolo
Paulo em Colossenses 3:12
Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade.
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