Jesus nos mostra qual é o
sinal pelo qual o verdadeiro cristão é conhecido: o amor ao próximo. Esse amor
é espiritual e é materializado pelas atitudes ou pela caridade para com o outro.
De acordo com o que registra o apóstolo João, o discípulo de Jesus não é conhecido por levar o nome de cristão, por professar uma fé, por frequentar uma
igreja, por praticar rituais de sua crença, religião ou culto, mas sim pela forma
como se relaciona com os seus semelhantes, pelas atitudes cotidianas em relação
tanto aos irmãos de fé, quanto aos desconhecidos, assim como Jesus nos ensinou
com a parábola do bom samaritano. Nessa história, os personagens são caracterizados
pelas funções e atitudes. Com ela podemos fazer uma analogia com os episódios da
sociedade atual: o homem assaltado é anônimo. Pode ser qualquer um que passe
por nós no dia a dia: um viajante, um desempregado; um mendigo... Qualquer
pessoa desprotegida, marginalizada, sem ninguém que possa ajudá-lo em dado
momento, como milhares de pessoas pelas quais passamos diariamente. Nessa história,
contada por Jesus, mas ainda atual, passam por aquele homem desamparado várias
pessoas que tinham a solução do seu problema: um sacerdote e um levita. Mas lemos
que mesmo tendo condições nenhum dos dois parou para ajudá-lo. O sacerdote, ignorando
aquela situação, procurou não envolver-se nem se incomodar com o pobre
miserável. Como muitos, hoje, alegando pressa, cansaço ou preocupados apenas
com seus problemas, com o celular, com a sua comodidade, passou de lado. Afinal
o que tinha acontecido com aquele estranho não era da sua conta. Se o sacerdote
sequer olhou para o ferido, com o levita não foi muito diferente. Ele se deteve
por um instante, olhou-o, e como não o reconhecesse, seguiu em frente. Quantos hoje
não passam por feridos, até reduzem a velocidade do carro, mas ao observarem
que não se trata de algum amigo ou conhecido, seguem adiante. Mas um estrangeiro, um samaritano, inimigo dos
judeus, ao ver aquele ferido parou e se aproximou dele e se compadeceu dele. Aquele
estranho curou-lhe as feridas, o levou
para uma hospedaria e tratou dele. Mais ainda, deu dinheiro ao hospedeiro, para
que cuidasse do ferido se comprometendo a indenizá-lo caso tivesse mais gastos
com aquele estranho. Jesus ensinou que o próximo do homem foi aquele que usou
de misericórdia para com ele. Esse é um discípulo de Jesus, ao contrário de muitos
se dizem religiosos ou cristãos, mas não desejam nenhum comprometimento com os
problemas dos outros. Diferentemente de muitos que se interessam apenas em ajudar aos seus
familiares, seus parentes, colegas e amigos, e nada fazem pelos excluídos,
rejeitados, pelos anônimos que estão à beira da estrada. Infelizmente o seu
círculo de amor é limitado, o seu
próximo é restrito aos amigos. Contudo, para Jesus e por consequência, para os
verdadeiros cristãos, o nosso próximo não está limitado à nossa família, nossas
amizades, nossa raça. Nosso próximo é todo aquele que necessita de auxílio e
quem podemos ajudar, mesmo que seja com um olhar amigo. Só podemos ser chamados
discípulos do Senhor se nossas atitudes com nossos irmãos estão de acordo com a
fé que professamos, pois os nossos atos falam mais alto do que as nossas palavras. Pelos frutos de nossos atos seremos
conhecidos, diz o Senhor.
Devocionais da Igreja Cristã Manancial de Vida Contatos: devocionaisicmv@gmail.com
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