Porque, quem despreza o dia das coisas
pequenas? (Zacarias 4:10 a)
O profeta Zacarias faz uma
pergunta que deveria ser motivo de indagação constante de todos aqueles que
querem buscar a santificação e almejam o Reino de Deus. A sabedoria popular
ensina que ninguém tropeça em uma montanha, mas sim em pequenas pedras. É por conta dos pequenos descuidos que muitos
tropeçam. Isso vale para todas as áreas de nossas vidas. Uma pequena dívida que
não é paga pode se tornar impagável. Assim como quem sempre economiza um real
pode chegar a ter um milhão. Uma mentira contada com o status de mentirinha
pode se avolumar até que se perca o controle de seu enredo. Os chamados
pecadinhos inocentes são o estopim para a cauterização da consciência que leva
à imersão absoluta no pecado. O nosso grande erro está em subestimar o valor das
pequenas coisas. Tanto para o bem, quanto para o mal. Para se chegar ao mais alto,
começa-se pelo primeiro, bem abaixo. Para se deixar contaminar pelo vício,
basta experimentar a primeira dose. Contudo, a ideia de que temos controle
sobre nossos impulsos nos leva a banalizar o erro, a querer viver experiências que
podem nos levar a caminhos sem volta. Quem mente uma vez, pode não mentir a
segunda. Mas dificilmente quem mente uma terceira vez deixará de repetir a
mentira, ou até a criar outras para se desculpar das primeiras. Isso também funciona
com quem trai, com quem rouba, com quem mata, com quem não cumpre seus compromisso
financeiros ou morais. Acontece que vai se tornando banal e “justificável”
dentro da moralidade distorcida de quem prefere encontrar desculpas para seus
erros do que se penitenciar, convertendo-se verdadeiramente ao que ensina a
palavra de Deus. Não podemos desprezar as coisas pequenas. Não podemos de fazer
pequenas coisas, esperando o dia em que poderemos fazer muito. Se devemos um
milhão, comecemos a pagar pelo mínimo, mesmo que no momento seja o máximo que
podemos fazer. Se queremos ser participantes da Obra de Deus, não esperemos
para pregar a multidões, iniciemos com nosso vizinho. Se não podemos construir
todo o templo, podemos ao menos catar o papel que está no chão da igreja,
arrumar a cadeira que está fora do lugar... Se não temos dinheiro para
contribuir com a aquisição de algo para servir a muitos, no mínimo podemos
ajudar com parte de nosso tempo, emprestando algum de nossos dons. Não há ninguém
que não tenha ao menos um dom, diz a Bíblia. E a sabedoria popular reforça:
ninguém é tão pobre que não possa dar e nem tão rico que não possa receber. Quem
não tem dinheiro pode emprestar o ouvido. Muitas vezes quem tem abundância
material carece de ajuda emocional ou espiritual. O profeta nos ensina a
começar pelo mínimo. A dar atenção às pequenas coisas e o autor de Hebreus
espera “que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa
certeza da esperança”; Hebreus 6:11.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos o seu comentário!