Palavra Viva: Palavra para Comunhão

“Em todo tempo ama o amigo, e na angústia nasce o irmão”. (Provérbios 17:17)

A palavra grega para definir o amor fraterno, a amizade entre irmãos, é Philos. Nele há uma troca mútua, um compartilhar de atos e emoções.
É um amor que leva em consideração a alma, mais do que o corpo. Está voltado para a personalidade humana – o intelecto, as emoções e a vontade. Envolve compartilhamento mútuo. E apesar de ser menos egoísta do que Eros, ainda considera o prazer, a realização e os interesses pessoais. Em geral, desenvolvemos amizades com pessoas cujas características nos agradam, cujos interesses intelectuais e gostos compartilhamos. E de algum modo esperamos que esses relacionamentos sejam agradáveis e nos beneficiem. Oferecemos amizade, atenção e ajuda, mas ainda com alguma motivação egoísta.
Muitos casamentos comparativamente felizes são construídos nesse nível. É muito bom quando marido e mulher são amigos. Alguns casais dizem que se amam, mas, no dia a dia, nem amigos eles são. Prova disto é que não têm sequer prazer e empolgação com a companhia, os interesses e assuntos um do outro.
É importante, num relacionamento, que o casal desenvolva um amor philos, porque a convivência amigável e harmoniosa vem dessa amizade, desse respeito e compartilhamento pelas atividades de ambos.
Um casamento não pode sobreviver a menos que cresça pelo menos até ao nível do philos. Philos, diferentemente de Eros, honestamente encara os defeitos e decide se eles podem ser superados pelas virtudes.
Philos é um amor que troca. Que não busca apenas o próprio interesse.
Duas pessoas podem viver razoavelmente bem com esse tipo de amor, enquanto cada um fizer a sua parte e as circunstâncias forem favoráveis. Contudo, se uma delas deixa de fazer a sua parte, ou se ocorrem circunstâncias adversas como crise financeira, doença grave, tensões com parentes, problemas sexuais, problemas com os filhos, dentre outros, a amizade sofre. Philos não agüenta muita pressão. No fim, torna-se egoísta e exigente. Vêm os conflitos e a amizade corre o risco de virar inimizade.
Amado(a), é preciso verificar se gosta realmente da pessoa com quem você pretende se unir para o resto da vida, estando consciente de que assim como você, essa pessoa tem defeitos, características e hábitos que poderão irritá-lo(a) ou mesmo exasperá-lo(a) no dia a dia da vida conjugal. Mas é preciso ponderar se há mais virtudes do que defeitos e se você é capaz de conviver com esses defeitos ao ponto de não deixá-los destruir seu relacionamento. É preciso considerar que os separa não pode ser mais forte do que os une. Então, Philos é o meio caminho do amor verdadeiro, mas ainda não é forte o suficiente para garantir uma relação duradoura.
Deus lhe abençoe!