O ato de sentar-se à mesa para partilhar o pão pressupõe
comunhão e sinceridade, pois não nos assentamos com o inimigo para comer. Mas temos
visto na história da Humanidade muitos casos em que o inimigo se infiltra e se
coloca à mesa ardilosamente pra trair o companheiro. O caso mais notório está
registrado mundo à fora na chamada Santa Ceia, quando reunido com Seus doze
discípulos Jesus celebrou com eles a páscoa. Jesus sentou-se à mesa para
celebrar e ali estava um traidor. Eles estavam no mesmo lugar, mas não havia
entre eles a comunhão. Partilhavam a mesa, entretanto estavam em um mundo à
parte. Com toda certeza, não havia comunhão de propósitos entre Judas e o outros
onze discípulos, pois Judas deve ter feito tudo às escondidas senão não teria
logrado êxito. Mas ele pode ter escondido seus planos de seus companheiros, contudo
não jamais poderia escondê-lo de Cristo. Isso também é o nos acontece: podemos esconder
do pastor, do irmão, do amigo os nossos pecados, mas ninguém pode escondê-los de
Jesus Cristo que vê os segredos do coração. Jesus, sabendo dos propósitos de Judas
poderia ter arruinado seus planos e tê-lo detido sem precisar usar palavra ou
violência, mas a atitude resignada do Senhor nos ensina mais sobre Ele: a única
arma que Jesus usa é o apelo do amor. Ele nos confronta com os desejos pecaminosos
de nosso coração, mas não nos coage. Ele respeita a nossa decisão de ouvi-Lo ou
ouvir nossos desejos e o chamado do mundo. Quando damos ouvidos a Ele, evitamos
o pecado e o remorso de ter praticado o mal, muitas vezes com consequências que
nos seguirão pelo resto da vida ainda que conquistemos o perdão. Jesus foi
traído, mas não nos traiu. Ao subir aos céus deixou o Consolador que confronta
o homem com seu pecado e o homem com o próprio Jesus. Se atentar o apelo do
amor, resistirá ao impulso do pecado, mas aquele que resiste ao apelo do amor
concebe friamente o pecado e, gestando-o em sua mente, alimenta-o no coração e sabe
a sangue frio o que premedita escolhe seu próprio caminho, como Judas escolheu.
E colheu as amargas consequências, assim como muitos têm feito. Aqueles que preferem
não se sensibilizar com o amor de Cristo e não atentam para o que diz o sábio
Salomão, certamente colherão os frutos de suas escolhas.
A justiça do
sincero endireitará o seu caminho, mas o perverso pela sua falsidade cairá.
Provérbios 11:5
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