domingo, 26 de fevereiro de 2012


Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. (1 Samuel 8:19)

Após o cativeiro no Egito e a fuga pelo Mar Vermelho, depois de ser conduzido por Moisés, o povo de Israel era julgado por Juízes contituídos por Deus. O primeiro deles foi o próprio Moisés, substituído por Josué. Cronologicamente podemos mencionar os seguintes líderes que teriam julgado Israel, com suas respectivas tribos de origem e referências bíblicas:Moisés (Levi) Ex 2:1-2; Josué (Efraim) - Js 1:1-9; Otniel (Judá) - Jz 1:11-15; Jz 3:7-11; Eúde (Benjamim) - Jz 3:12-30; Jz 4:1; Sangar (desconhecido a origem) - Jz 3:31; Jz 5:6; Débora (Efraim) - Jz 4:1; Jz 5:31; Gideão (Manassés) - Jz 6:1-8; Jz 6:32; Tola (Issacar) - Jz 10:1-2; Jair (Manassés) - Jz 10:3-5; Jefté (Manassés) - Jz 10:6-12; Jz 7; Ibsã (Judá ou Zebulom) - Jz 12:8-9; Elom (Zebulom) - Jz 12:11-12; Abdom (Efraim) - Jz 12:13-15; Sansão (Dã) - Jz 13-16 e, por último, Samuel (Efraim) - I Samuel 1-25. Por muitos anos Samuel julgou com toda a justiça, mas ao envelhecer, colocou os seus filhos como juízes sobre o povo, e esses não andaram segundo os seus caminhos. Porque perverteram o juízo (I Sm 8:1-3), os anciãos de Israel se congregaram e exigiram de Samuel que colocasse sobre o povo um rei. Na verdade, isso foi apenas um pretexto, pois o que o povo queria era se igualar às demais nações. Samuel, instruído por Deus mostrou ao povo os perigos e as desvantagens do que pediam. Mas, mantendo um espírito vaidoso e rebelde, o povo insistiu nessa petição. Em respeito à liberdade de escolha, Deus ordenou a escolha do rei. Vemos pela narrativa bíblica que Saul é ungido e aclamado rei, depois de encontrado por Samuel, quando ele procurava uns animais de sua fazenda. Saul, descrito como belo e majestoso, era, então, possuidor de excelentes qualidades, que o fariam um bom rei: humildade e coragem. Entretanto, com Saul e o desenrolar de seu reinado, vemos que se não tivermos sempre os olhos em Deus e não nos deixarmos corromper pela vaidade, não há qualidade humana que sobreviva. Se dermos espaço à vaidade e pretenção, deixarmos os melhores caminhos que Deus tem escolhido para nós para seguirmos os nossos próprios planos. Podemos refletir sobre isso, inicialmente pela própria condução de Saul ao trono. Israel já tinha um Rei. Não seria necessário outro rei, se o povo realmente tivesse compreendido que “Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança (Salmo 33:12).”. Ao desejar se igualar aos outros povos que tinham um rei, o povo de Israel deixou de considerar o que era um privilégio e desejou se submeter a um homem. Vemos que nessa decisão o povo está sendo desleal com Deus. O reinado de Saul nasceu da rebelião do povo. Deus havia tirado o povo do Egito e o tinha protegido até ali. Não precisariam de um rei. O plano de Deus para Israel era o de um reino teocrático, um reino em que Deus governaria por meio de servos de sua escolha. Contudo, Deus permitiu ao povo ter a sua própria forma de governo, porque Ele é um Deus democrático e respeita o livre arbítrio do ser humano. Além de permitir, ainda ajudou-o na escolha do rei. Isso nos ensina mais uma lição e aumenta a nossa responsabilidade: se temos um Deus que nos ama e que nos quer guiar, e escolhemos outros líderes, temos que assumir as consequências de nossas escolhas. Por isso precisamos aprender sondar a vontade de Deus em tudo o que fizermos. Mas nesta história também temos um exemplo digno de ser seguido. Samuel nos dá um belo exemplo de humildade e obediência, quando renuncia a liderança da nação e unge o jovem Saul para reinar em seu lugar. Ele mesmo cooperou humildemente na escolha e na unção do rei, e na organização do reino. Ele foi avisado por Deus que a rejeição a sua liderança foi considerada como rejeição ao próprio e demonstrou humildade ao abdicar de sua liderança para procurar e ungir um rei em seu lugar. Com ele aprendemos que o Reino é de Deus e não nosso, ainda que ocupemos temporariamente uma posição deliderança. Se houver necessidade de deixarmos o nosso lugar para que outro ocupe, devemos deixá-lo imediatamente, sem amargura ou ressentimentos. E sem vaidade, devemos ajudá-lo no início da carreira. Samuel mostrou que não era um desses líderes cheios de vaidade e egoísmo, capazes de quebrar lanças e de colocarem o mundo abaixo para permanecerem no cargo de poder, assim como foi Saul, quando soube que outro o substituiria no trono. Samuel não colocava a si mesmo em primeiro lugar, mas sim o interesse do Reino de Deus e a vontade do povo.



Graça e Paz!


Veja um vídeo sobre Samuel e Saul, clicando em:







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