Depois de ter a
visão, João recebe a ordem para tomar o livrinho e comê-lo. Ele foi avisado que
aquele livro seria doce em sua boca, mas amargo no seu ventre. Essa revelação nos
leva-nos a comparar com o nosso cotidiano: falar sobre algo é fácil, por isso
pode ser comparado com algo doce, pois desfiar teoria é mais simples do que
praticar o que se diz. Porém, quando se trata de colocar em prática as mesmas
palavras que proferimos, ou fazer com que elas tenham efeito primeiramente em
nós, isso se torna uma experiência mais amarga. É fácil falar de amor, de perdão,
de compaixão, mas viver essas virtudes ou ter atitudes cotidianas que se mostrem
coerentes com a fala não é fácil, nem simples. Por isso muitas vezes a Palavra
de Deus que parecem doces quando proferidas, tornam-se amargas quando descem em
nossas entranhas. Comer a Palavra de Deus é uma metáfora que nos leva à
reflexão sobre como deve ser nossa atitude diante daquilo que Deus nos dá como
alimento para saciar nossas almas. João só poderia levar a Palavra profética se
a digerisse. Assim também é conosco. Para levarmos a Palavra de Deus precisamos
comê-la, o que equivale a encher, estudar, digerir, deixar que a Palavra de
Deus nos nutra e se torne a nossa fonte de energia, como nos ensina o profeta
Jeremias 15:16
Achando-se as tuas palavras, logo as comi,
e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu
nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos.
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